Welcome.

All comments, thoughts and ideas are very welcome in English, Spanish, French, German ... even in Portuguese!

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Friends, Freunde, Vrienden

Aiki Biking for Peace - 2010

August 24th to September 26th

To celebrate my 50th birthday this year I decided to take a time off for a special journey doing things that I really love: to contact people by doing aikido, to move by cycling and to capture images by doing drawings. Three different practices carrying a more appreciative approach for life. When I knew about the International Aiki Peace Week I thought that it would be fantastic if I could connect my personal project with something bigger to inspire people for peace and harmony.

Looking at the map of the International Aiki Peace Week website I noticed that some Aiki-Extensions members in Europe had already joined the event. Paul Linden introduced me to Bertram Wohak who invited me to visit Munique and to finish the aiki-biking journey during the IAPW. It was really nice to define the whole route from the arrival point. Friends in Brazil suggested me to start the trip in Amsterdam, famous city for its inspiring culture of cyclism. Hearing other suggestions from a Couchsurfing friend and studying the map of dojos in IAPW I decided to follow the river Rheine from Holand to Germany visiting some AE members mostly in Cologne, Bonn, Berlin, Schweinfurt, Schorndorf, Tübingen and Munique.

Willem, Ben, Dineke and Geertje Wessels, Kurial, Thomas Christaller and Sabine, Dirk Kropp and Iris, Rosmarie, Christina Barandun and Helmann, Judith Elze, Rita Böhm, Andrea, Thomas and Maira, Winfried Wagner and Edith, Günter, Hanna and Alexandra, Barbara, Ali Nasseri, Silvia and Sara and finally Bertram Wohak and Marion were people that I met during this Aiki biking journey. Lovely people on the road offering a place to stay, breakfast and meals, warm shower and mainly offering time and care. People from whom I learnt a lot about harmony, compassion and cooperation, the heart of Aikido.

I really don't care about self-defense, fighting or physical performance when thinking about Aikido. Aikido is all about connection told me years ago Don Levine, the founder of Aiki-Extensions. Indeed. I care about connections of harmony and I could feel it visiting different Dojos in Germany and even off the mat when asking for directions or sharing a table in a cafeteria. This way being an Aiki-Pilgrim, I could confirm my thoughts that it’s easier to feel deeply connected when doing aikido, cycling or drawing. Now I look forward to continue the project Aiki Biking as a peaceful way to build new bridges of harmony in my country and overseas.

Love and gratitude

Jose Bueno


sábado, 25 de setembro de 2010

Munique

20 a 25.09 Sentado no vôo 4027 e pronto para cruzar os 10.000km entre Amsterdam e São Paulo, eu paro para começar a escrever um pouco sobre a última semana da viagem. O trecho Ausgsburg-Munique de bicicleta foi tranqüilo. Cerca de 70km. Mas pela primeira vez encarei as subidas e descidas da região da Bavária num relevo totalmente diferente de toda a viagem. E também muitas vezes a ciclovia desaparecia e me via pedalando no canto das estradas. Não na Autobahn onde é proibida a bicicleta. E me lembrava da minhas pedaladas em São Paulo dividindo espaço entre carros e caminhões. Mas aqui é beeem diferente...

Chegando em Munique liguei para Bertram para confirmar nosso encontro no Castelo de Blutenburg. Cheguei um pouco mais cedo e fiz o primeiro rabisco na cidade. Gostei.

Castelo de Blutenburg

Logo o primeiro de muitos abraços entre parceiros de uma mesma visão. Aikido como uma arte de paz. Pedalamos até seu apartamento e lá ele me ofereceu o seu quarto para ser o meu quarto durante os dias em Munique. Meus argumentos não foram suficientes para ele mudar de idéia e me acomodaria em qualquer outro canto da casa. Estava então instalado no quarto de Bertram Wohak, um dos idealizadores da International Aiki Peace Week que começaria nesta mesma semana. Estava inseguro com nosso encontro pois meu projeto era ficar até sexta feira com ele. Há uma estória conhecida que diz que hóspede é como peixe. Um dia, dois dias tudo bem. A partir do terceiro dia começa a cheirar mal. Em Berlin fiquei quatro dias com uma grande amiga. Mas como seria ficar quatro dias com uma pessoa que mal conhecia? Desde os primeiros minutos sentimos uma forte empatia e os dias que vivemos juntos ficarão guardados para sempre comigo.

Bertram e eu

Foi Paul Linden que vive nos EUA que me sugeriu contactar Bertram tão logo soube da minha idéia de viajar pela Europa para fazer uma jornada reunindo Aikido, bicicleta e desenhos. Na primeira conversa que tivemos meses atrás pelo Skype ouvi ele dizer: - José, seja bem –vindo em Munique parar encerrar sua aiki-biking trip e passar alguns dias como meu convidado. Eu levei muito a sério o seu convite e minha viagem começou a ser desenhada a partir do local e data de chegada: Munique, 20 de setembro de 2010. Tudo se desenhou a partir desta conversa. E por aqui soube que Paul e Bertram foram os mentores da International Aiki Peace Week. Um evento que atraiu a participação de 350 dojos entre 43 paises, movidos pela idéia de dedicar um ou mais dias durante essa semana para promover o Aikido como poderoso aliado na construção de uma cultura de paz.


International Aiki Peace Week in Munique

Começavamos nossos dias com frutas, iogurte, queijos, frios, chá e as primeiras conversas sobre tudo. E a cada conversa crescia a certeza de ter encontrado um amigo, um irmão e um parceiro. Ouvi suas histórias, contei algumas da minha viagem e da minha vida no Brasil, pedalamos juntos, passeamos pelo centro de Munique, tomamos weissbier, dividimos duas classes de aikido com seu grupo, conheci sua parceira Marion, seus alunos, etc. Escrevemos uma mensagem para Bill Leicht que foi o primeiro a falar em uma rede de Peace Dojos pelo mundo, dividimos uma torta de maça, demos muita risada, tivemos insights que cabem em pequenas frases como “ to be lost and wet sometimes is good” ou “Life happens in between”. No nosso último dia um bate papo via skype com Daia em São Paulo e depois com Paul Linden nos EUA.

Uma viagem que começou na Holanda sob tempo chuvoso começava a chegar ao fim em clima de sol e festa na região da Bavária. Minha idéia original de voar até Amsterdam no sábado para embarcar no domingo sofreu uma mudança. Comprei uma passagem de trem, um leito numa cabine para seis pessoas e teria uma tarde inteira em Amsterdam antes da minha volta. Animado, enviei uma mensagem para Ben e Dineke que conheci em Utrecht e me acompanharam até entrar na Alemanha por Emmerich onde comecei minha pedalada em solo alemão. A resposta para o convite que fiz para encontrá-los foi animadora e ao mesmo tempo frustrante. Adorariam um reencontro no final da viagem para saber de toda a jornada mas estariam ocupadíssimos no sábado e à noite já tinha comprado ingressos para um concerto... Mas algo aconteceu entre nossas trocas de email. Ben fez uma proposta matadora. Dariam seus ingressos para algum casal de amigos, ele viria de Rotterdam, Dineke de Arnhem e propuseram um encontro às 18h na Estação Central de Amsterdam.

rabiscando o moleskine

Bertran acompanhou de perto a magia deste fechamento da viagem e fomos juntos fazer uma cópia do desenho que fiz em frente à cafeteria onde nos encontramos. Todo o processo de criar um presente para dar para Ben & Dineke foi tocante. Até mesmo a moça da loja de molduras, que a princípio pedira uma semana para fazer a montagem, sentindo que era uma lembrança especial se desdobrou para entregar o desenho emoldurado na sexta, em tempo de levar para Amsterdam durante nosso encontro. O mesmo desenho na mesma moldura foi o presente que trouxe para casa pois desde o início Daia me disse: - Esse desenho merece um quadrinho!

Durante esta semana Daia fez uma pequena cirurgia e estávamos de algum jeito conectados. Na igreja de Saint Peter fizemos uma pausa em nosso passeio pelo centro de Munique no momento que ela estaria sendo operada. Tudo deu certo mas cirurgia é cirurgia. O corpo é desligado por um tempo e tudo fica nas mãos do médicos.

O último dia em Munique foi dia de Ocktoberfest, a maior festa popular do mundo. Bertram e Marion me apresentaram festa cheia de tradições da Bavária, este ano está sendo comemorado o bicentenário dessa festa que dura duas semanas e é cheia de atrações ao ar livre e nas tendas das cervejarias. Lá comemos, bebemos alguns litros de chopp, conheci as pulgas adestradas e gente especial como Hago, dividindo uma mesa para almoçar chucrute com salsichas da região.

pulgas adestradas

ocktoberfest 2010

com Hago e Marion no bicentenário da Ocktoberfest 1810-2010

com Bertram e Marion

Brandon WilliansCraig

International Peace Week

Day 6 - September 25th

Paul Hawken, according to Fortune “the original hippie entrepreneur," insists that the world is in the midst of the “largest social movement in all of history”, the scope of which “no one knows” and “how it functions is more mysterious than what meets the eye” (Blessed Unrest 2). The direction and scope of that movement is mysterious because of its complexity, its irreducibility to one agenda or solution despite the powerful forces which bid for unified control on a global scale. As long as there have been human beings, we have most often engaged mysterious complexities through the making of powerful stories, mythologies, far reaching narratives which combine the factual power of lived experience with the imaginative reach and psychological depth of fiction. The center of the “largest social movement" Hawken mentions is also a myth, that is to say a hard working idea with enough room for both clarity and mystery. What Joseph Campbell refered to as the "New Myth" has to do with global citizenship - the insistence that peace for everybody is possible, requires practice, and that this practice results in Community, in all the ways that word is used.

More than a million people around the world participate in Aikido, a martial practice known as "the art of peace" because its founder, Morihei Ueshiba, made very clear that the purpose of Aikido was not to "train to become powerful or to throw down some opponent. Rather we train in hopes of being of some use, however small our role may be, in the task of bringing peace to mankind around the world.” (Aikido and the New Warrior - Strozzi-Heckler 28) This extension of aiki principles beyond the mat requires martial discipline so that the guardians of this ideal are not discouraged while cultivating the skills which make actual peace a reality when conflict is at its hottest and most disorienting. There is natural resistance to repeated labor when a clear end-point is not in sight but, as any martial artist knows, true preparation for real conflict involves innumerable small preparations over time to be ready in as many ways as possible for whatever comes in a moment. That is what Aiki Extensions and International Aiki Peace Week are about. Let's practice peace together.

Brandon WilliamsCraig, Ph.D. and 4th Dan of Berkeley, California. Brandon has been a professional actor, vocalist, executive, martial artist, group facilitator, apprentice, and teacher. He considers himself a "Culturesmith"

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Wendy Palmer

International Aiki Peace Week
Day 5 - September 24th

In these challenging and exciting times leadership is being called to manifest the capacity for stepping into power while resourcing wisdom through innovation and collaboration. As leaders we need to be able to take a stand and take action in the face of resistance and opposition – without collapsing or resorting to aggression. Aikido demonstrates that there are different ways to be powerful and to collaborate. Applying principles from Aikido and mindfulness we can examine unskillful habits and find new ways in which to collaborate and take action.

The aikido principles that inform Conscious Embodiment focus on the dynamics of mind/body wisdom as it relates to empowered leadership, our capacity to act with more integrity and our ability to influence the world.

We have been given the gift of aikido – may we use it wisely.

Blessings,
Wendy Palmer

Wendy Palmer Sensei, author of The Intuitive Body and The Practice of Freedom, and co-founder of Aikido of Tamalpais (along with George Leonard and Richard Strozzi Heckler, both fairly prolific authors themselves). Wendy’s work outside the dojo is something she calls "CONSCIOUS EMBODIMENT, which, as she explains on her website: "draws on the traditions of Aikido - a revolutionary non-aggressive martial art and mindfulness practice to offer simple yet deep techniques that help you recognize how your mind and body habitually react to pressure, and to access more skillful and unified responses.”

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Richard Strozzi-Heckler

International Aiki Peace Week
Day 4 - September 23rd

An Aiki Military

I first met Birks when he was recently promoted to First Lieutenant, just a year out of The Basic School. He was the officer that supported our efforts running the Marine Warrior Project, the precursor to the Marine Corp Martial Art Program (MCMAP) at Camp Pendleton in 2000. In his support position he was close to the project but wasn’t a direct participant, but he was intensely interested and hounded me daily about what we we’re doing. He was a Division 1 Collegiate wrestler in College and had tried a number of martial arts. He was tough, disciplined, and carried a big heart in his barrel chest. I would show him what we were doing and he would hang around as much as his time allowed. He was a solid Marine and cared about his men and thought what we were doing would help his Marines. At some point I gave him the names of some Aikido dojos in the area and he began training.


Over the years I would get emails from Lt. Birks from around the world and he said he was continuing his Aikido training wherever he went. Then I heard a story about a Marine officer near Falluja, Iraq who had his patrol drop to one knee, take their helmets off, and bow their heads as an Iraqi funeral procession passed by. This diffused a potentially dangerous moment as the funeral crowd was outraged seeing an American unit patrolling nearby and they made threatening gestures. Later the Iraqis spoke the officer’s virtues in how he respected their culture. Coincidence or not, now Captain Birks’ unit, suffered minimal casualties in their deployment in this area. Later when I asked Birks about this he simply said, “It seemed like the Aiki thing to do.”


Richard Strozzi-Heckler, 6th Dan (he also holds ranks in Judo, Jujitsu, and Capoeira), author of, among others, “In Search of the Warrior Spirit”, "Aikido and the New Warrior", and "The Leadership Dojo”. Strozzi-Heckler Sensei is an early and prominent teacher of embodied leadership, is founder of the Strozzi Institute and co-founder of the Mideast Aikido Project (MAP), which brings together Palestinians and Israelis through the practice of Aikido. From 2002 to 2007 he was an advisor to NATO and the Supreme Allied Commander of Europe (SACEUR) General Jim Jones, who is now the US National Security Advisor.


In 2005 Strozzi-Heckler Sensei was instrumental in setting up the first TAB (Training Across Borders) seminar in the UN Buffer Zone in Nicosia which drew participants from Cyprus, Bosnia, Yugoslavia, Greece, Turkey, Palestine, Israel, Syria, Jordan, and Egypt (ask for a copy of the inspiring video about TAB here). Richard has taught at the University of Chicago, Harvard University, Esalen Institute, Naropa Institute, and the University of Munich.



quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Bertram Wohak

International Aiki Peace Week
Day 3 - September 22th

Message from Bertram Wohak

“Those who think deeply about Aikido feel that they must participate in the establishment of a universal system of truth and justice. It is our duty to serve as messengers and guides for world peace and universal brotherhood.”
Morihei Ueshiba

  • Imagine the thousands of Aikido practitioners in hundreds of dojos around the world, who are at this moment celebrating their own kinds of Aiki Peace Week event.
  • Imagine the enormous burst of creativity set free by our coordinated action.
  • Imagine the fact that in Aiki Peace Week we can all share O´Sensei's legacy regardless of the political divisions and stylistic differentiation we have in the world of Aikido.
  • Imagine a broader public that knows more about Aikido as a joyful practice of reconciliation, compassion, and nonviolence.
  • Imagine what that could mean for you and your dojo.
  • Imagine that from now on, every year, an even greater part of the worldwide Aikido community will celebrate Aiki Peace Week.
  • Imagine the spirit of Aiki spreading out beyond our dojos to become fruitful at many levels, from personal to political.
  • Imagine Aikido becoming an important and well known part of a “culture of peace”.
  • Imagine that you are making a significant contribution for this to become reality.

Bertram Wohak

Bertram Wohak Sensei, a 5th Dan who teaches Aikido and Bodywork in Munich, Germany. Originally a physicist, he operates a private body therapy office and is technical director of the Aikikan Biberkor dojo, which he founded in 1996. He is a Board member of Aiki Extensions and Bertram was one of the people who came up with the idea for Aiki Peace Week nine months ago (the other, Paul Linden Sensei of the US, was featured yesterday). He regularly teaches national and international workshops and retreats for Aikido, Ki-training and what he calls “Der Weg des Kriegers zur Kunst des Friedens”.



terça-feira, 21 de setembro de 2010

Paul Linden

International Aiki Peace Week
Day 2 - September 21th

Message from Paul Linden

An Aiki Moment

In my Aikido classes, from day one, in addition to teaching waza, I emphasize learning how to replace physical feelings of stress, fear, and anger with calm alertness and compassionate power. One of my students, who had been practicing about a month, told me about his aiki moment:

I went to Wal-Mart, me and my wife. I was coming out, and I noticed this lady driving down the lane. She wasn’t stopping, and I pulled my wife back. The lady almost hit my wife, and just went by, didn’t even look our way. I shouted out, “You jerk!” I didn’t mean to say that, but I did. Her son was standing behind us, and he said “ That’s my mother you’re calling a jerk, (insert here an incendiary racial epithet I’m unwilling to print).” I thought about what he said, and I thought about Paul and the classes I’m taking, and I kept my control. By that time the lady drove back, and I said to her “I apologize for what I said,” and we kept right on walking. The guy looked at me kind of puzzled. The lady even looked at me puzzled. We got in our car, went on home, nobody went to jail, nobody went to the hospital. My wife even gave me a high five, saying “I never saw you do that before, I’m very proud of you.”

My student gained control of himself and the situation. That certainly counts as successful Aikido. Even more, it may have planted the seeds of nonviolence in the driver and her son. That is a living example of what the IAPW seeks to bring into people’s awareness.

I’d like to end with a request. I would like to write a book titled Accidental Perfection: Moments when Aikido Training Works. It would be a compilation of experiences in which Aikido training clicks into place and allows one to function with unaccustomed ease and effectiveness in some area of life. I would appreciate it if people could send me one or two page descriptions of their Aiki experiences. (I can read German and French, but English is much easier.) PaulLinden@aol.com

Paul Linden Sensei, a 6th Dan who teaches Aikido, Feldenkrais®, and what he calls “mindbody education" in Columbus, Ohio. Paul is the author of several books, was a founding member of Aiki Extensions 12 years ago, and most importantly was one of the people who came up with the idea for Aiki Peace Week nine months ago (the other, Bertram Wohak Sensei of Germany, will be featured tomorrow).

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Tom Crum

International Aiki Peace Week

Day One - September 20th

Message from Tom Crum

Shortly after September 11, 2001, I wrote about what we, as aikidoka, can bring to the world conflict resolution stage. The thoughts are as relevant now, 9 years later, as they were after that fateful day. In honor of International Aiki Peace Week, I offer these thoughts:

Only when we are centered will we be guided to the most effective actions without injuring or implicating the innocent.

We can breathe deeply and bring our awareness to center, to gain the courage and ability to let go of judgment, prejudice, and righteousness.

We can walk a new path to lead humanity to higher ground. Criminals and terrorists are grown in a soil created by revenge, fear and separation. We can plant our feet in soil based on tough love and centered connection.

We can make it our mission to listen actively to each other, to lend our prayers and our helping hands to others, and to seek and appreciate the gift of being together.

We can be centered in the possibility of ending the cycle of violence forever. In our own actions and conversations we can help others be aware that force follows force blindly, causing a never-ending cycle of suffering and revenge throughout the ages.

Our greatest contribution toward humanity lies ahead of us. May we get centered and embrace it.

Tom Crum Sensei of Colorado, author of The Magic of Conflict, The New Conflict Cookbook, Three Deep Breaths, and Journey to Center (amazon link), a leader of personal and business workshops and pioneer in the sort of work that Aiki Extensions exists to promote.

domingo, 19 de setembro de 2010

Lindau e Ausgburg

17.09 O projeto original era seguir de Schorndorf e Tübingen para Zurich. Lá visitaria Kurt Bartolhet que conheci em Nicósia, Chipre, durante o incrível encontro entre árabes e israelenses conhecido com Training Across Borders. Anos depois voltamos a nos encontrar num evento em Birminghan, Inglaterra. Mas apesar de perto, percebi que seria demais descer até Zurich para encontrá-lo. E soube por Judith em Berlin que o seminário previsto para acontecer neste fim de semana havia sido antecipado em uma semana. Logo, resolvi incluir uma visita ao lago Bondensee para pedalar e descansar por lá antes do ultimo trecho da viagem com destino a Munique. Ali me acompanhou até a Hauptbanhof (Estação Central) e segui de trem para Friedrichshafen e de lá pedalei até Lindau num percurso delicioso à beira do famoso lago. Foi uma antiga dica do Nilton, companheiro do Olavo Bikers, que me ajudou a desenhar o percurso da minha viagem.

Chegando em Lindau rodei um pouco até achar o último quarto livre num Gasthaus. Havia também um outro casal rodando pela cidade de bicicleta a procura de um lugar e eu consegui esse quarto por questão de 2 ou 3 minutos. Logo eles chegaram e já não havia mais vagas. Depois de algumas semanas sendo recebido em casas, apartamentos e dojos durante a jornada pela Alemanha, voltei a ficar num hostel. O último foi em Xanten logo no comecinho da viagem. E o primeiro foi em Amsterdam antes de começar a viagem. Tive tempo de circular pela cidade, desenhar e de noite tomar um bom vinho e fumar um charuto na calçada.

Vista do lago Bondensee a caminho de Lindau

18.09 Sábado. Depois do café da manhã, fiz o check-out às 10h e tive 4 horas para pedalar pelo Bondensee e sentar para fazer algum desenho. Às 14h peguei o trem para Ausgburg onde seria recebido na casa de Roman e Bárbara Brunner. Só haveria gente na casa a partir das 19h então tive tempo suficiente para circular um pouco pela cidade antes de ir para meu novo abrigo a caminho de Munique. Logo soube que Roman acabara de ir para Polônia visitar seus pais com idade avançada. Curiosidade. Peter Sensei, que tem um Dojo em Ausgburg casou na sexta-feira, logo está em plena lua de mel. Acabei sendo acolhido por Bárbara, que é jornalista, trabalha para a prefeitura da cidade e não tem nenhuma relação alguma com o Aikido. E foi fantástico!

19.09 Me preparei para tomar café da manha com Barbara mas acordei às 10h! A mesa estava feita para mim com pães, frios, queijos, leite, café, frutas, geléias, cereais. Um mapa de Ausgburg, a chave da casa e um bilhete: guardar as coisas de geladeira depois do café e um convite para nos encontrarmos no fim do dia em frente a Rathaus (prefeitura) para um passeio pela cidade.

Peguei minha bike para explorar Augsburg. Visitei o museu de Wolfgang Amadeus Mozart e o Fuggerei. O assentamento popular mais antigo e mais duradouro do mundo. Foi criado em 1517 por um membro de uma familia Fugger para atender a população necessitada. Funciona até hoje, com gente morando e pagam 0,88 centavos de euro por ano! Lá também funciona um museu que conta toda a história destes 500 anos do Fuggerei. Fora que é lindo.

Como combinado, depois de fazer visitar estes lugares sentei para desenhar um pouco e encontrei Bárbara no fim do dia como combinado. Fui convidado para jantar comida regional e, claro, uma cervejinha. Ótima conversa, ótima companhia e ótima anfitriã. Assim como Hanna, Bárbara também falava francês e muitas das nossas conversas fluiram melhor em francês que em ingles.

De noite resolvi ver a minha passagem Munique-Amsterdam de onde vou voltar para São Paulo. Por conta da Oktoberfest os preços estava salgados e não valeria a pena ir de avião. O melhor seria na segunda cedo, antes de pegar a bicicleta para Munique, passar numa agencia de viagem e ver as melhores opções entre onibus e trem. Quem sabe avião.

Tübingen

16.09 Hanna me levou de carro para Tübingen para a nova parada da viagem. Chegamos de tarde e havia uma feira sendo montada pelas ruas da cidade. Uma feira franco-ítalo-alemã. Bandeirinhas dos três paises espalhadas pela cidade e um clima de festa começando a ser criado com as barracas que ofereciam de tudo um pouco. Salames, perfumes, fotografias, flores, artesanatos diversos, vinhos, azeites e a vontade era de passar com um carrinho para levar um pouco desse tudo.

flores de alcachofra como nunca tinha visto

vista do rio Neckar em Tübingen

Fizemos uma rápida visita ao Dojo de Ali Nasseri quem me receberia mais tarde para conversar e em seguida participar do treino da noite. Deixei minhas malas por lá e fomos circular pela cidade. Uma pausa para um breve cochilo na casa de Alexandra, filha de Gunter e Hanna, que estuda biologia em Tübigen e andou viajando pelo Pantanal no Brasil. Ao chegar ao Dojo, Ali me convidou para um café para aguardarmos o momento do treino conversando um pouco. Pude falar da minha viagem, de Aiki-Extensions e tudo para ele era novo pois minha chegada na cidade esta sendo, digamos, uma surpresa! Minha surpresa foi na volta ao Dojo quando ele me pediu para conduzir o treino para seus alunos. Mais que mostrar técnicas mostrei o que gosto de treinar: alta conectividade entre parceiros. A partir dessa boa conexão tudo acontece e as técnicas surgem naturalmente. E para terminar uma foto clássica com o grupo. Depois Ali e eu

com Ali Nasseri, meu anfitrião

17.09 Ali nasceu no Irã e fez a sua vida na Alemanha. Me recebeu como um príncipe em sua casa num vilarejo próximo de Tübigen. A idade da casa: 700 anos. No passado era um estábulo onde no térreo os cavalos dormiam e no andar superior eram guardados os alimentos. A primeira pessoa que vejo na sala é Sara, sua pequena filha. Passamos a manhã juntos, café da manhã em casa, passeio pela feira que já estava repleta de barracas e uma manhã linda para curtir a romântica Tübinge, cidade onde nasceu Alzheimer. Na hora do almoço sua esposa Sílvia se juntou a nós para almoçar. De tarde uma pausa para vaguear só pela cidade e fazer alguns desenhos.


Sara e sua curiosidade por flores

De noite voltamos a nos encontrar todos para um último encontro. La Pasta Antica. Hanna reservou uma mesa. Foi uma hora boa para agradecer a essa turma que cuidou de mim em Schorndorf e Tübingen. Na hora do brinde eu apoiei o netbook no balcão e chamei a Daia pelo skype. De um jeito que ela parecia sentada conosco no restaurante vendo a todos e também sendo vista. Também se serviu de um taça de vinho e... Prost!

Alexandra e Hanna
vista da Daia, via skype, no jantar especial em Tübingen

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Schweinfurt e Schorndorf

13.09. Segunda. Cheguei no final do dia em Schweinfurt e logo liguei para Winfried Wagner que aguardava meu contato assim que chegasse. Conheci Winfried em 2005 no inesquecível seminário que aproximou aikidokas israelenses e árabes em Nicósia, "Training Across Borders". Estávamos lá como professores convidados por Aiki-Extensions para facilitar workshops durante o encontro que reuniu cerca de 100 pessoas. Inesquecível. Cheguei em tempo de tomar um banho, me instalar no quarto que ele e sua esposa Edith preparam para mim. Logo estava no tatame, no primeiro treino após as férias de verão. Depois de fazer o aquecimento e praticarmos um pouco ele me pediu para conduzir a próxima hora do treino para seus alunos. Só faltou uma fotografia para lembrar do Dojo e das pessoas com que treinei...

14.09, terça.De Schweinfurt segui no dia seguinte após o café da manhã para a próxima parada: Schorndorf. Fui de trem e logo encontrei meus novos anfitriões: Hanna & Günter. Também os conheci anos atrás em Washington na 6a. Aiki-Extensions Conference. Hanna lembrou de nossas conversas em francês e voltamos a praticar. Tomamos um café num terraço e logo estava acomodado na casa deles. Amabilíssimos comigo desde a primeira troca de emails algumas semanas atrás quando decidi incluir Schorndorf no meu roteiro. Nada melhor que chegar a um lugar novo e ser recebido com toda atenção e carinho.



15.09, quarta. Uma surpresa pela manhã. Hanna me apresentou um pacote de mate, uma cuia e uma bomba. Como brasileiro, ela tinha certeza que eu sabia como preparar o chimarrão... Bah! Que vergonha, tchê! Não fazia idéia da tecnologia toda fazer funcionar aquilo. Vedana, help! Chegando ao Brasil vou tratar de aprender a preparar o chimarrão para não pagar esse mico novoamente... De noite, Günter me levou para conhecer o grupo onde treina. Andreas, abriu o treino e me pediu para conduzir o treino. E tivemos duas horas de ótima sintonia com um grupo fantástico. De toda essa experiência de treinar em diferentes lugares o mais gostoso é a sintonia rápida e profunda que logo percebo entre todos no tatame. Show! Depois um pequeno grupo se reuniu num restaurante e já sabia o que pedir: Dunkel Weissbier!



terça-feira, 14 de setembro de 2010

Viagem para Schweinfurt

13.09. Segunda. Sai logo cedo com Thomas para começar minha viagem para Schweinfurt. Decidi ir de trem até Bamberg e de lá seguir de bicicleta cerca de 70km. Tomamos café numa dessas deliciosas "backereis" e logo estava na estrada acompanhado sempre pelo rio Main de um lado e os trilhos do trem do outro lado. Durante a viagem curtia a possibilidade de viajar de bicicleta, mas poderia ter escolhido ir de barco por um rio navegável ou ir de trem. Ou podia escolher o carro ou o ônibus. Isso é o que é mais fantástico em termos de mobilidade: haver escolhas. É tão simples e prático viajar de trem por aqui que muitos perguntam por que vou de bicicleta? Vou de bicicleta porque é possível ir de bicicleta...


café da manhã com Thomas em Bamberg

paradinha num dos vários bancos na beira do rio Main para comer algo leve e seguir viagem


segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Erlangen and Nuremberg


10.09 a 12.09 Fim de semana em Erlangen e Nuremberg. Viajar de trem e bicicleta pela Alemanha é uma delícia. Leva um tempo para se acostumar com o modo de compra das passagens, o ticket especial da bicicleta, o Bahn Card que oferece desconto nos preços, os vagões, as plataformas, as conexões, depois de camelar um pouco tudo fica tranquilo e gostoso.

Cheguei de noite em Erlangen e logo encontrei o Thomas Bunke. Ele é alemão, o conheci no Dojo Harmonia onde ele treino uns dois anos enquanto fazia seu doutorado por lá. Hoje ele está por aqui e casou com uma brasileira, a Maíra. Fiquei hospedado na casa deles para onde mudaram a duas semanas. Reservaram um dos quartos para mim e no dia seguinte ainda abriram espaço na casa para receber a Andrea Khrom, minha aluna de Aikido e minha professora de alemão! Ela passou três meses pela Europa participando de inúmeros festivais de dança e achou um espaço no final da sua viagem para esse encontro com a gente.

Sábado de noite fomos jantar numa pizzaria em Nuremberg e no dia seguinte voltamos para lá de bicicleta. Uma cidade de noite. Outra cidade de dia. Lá visitamos a arena megalomaníaca que Hitler preparava para ser o palco de seus pronunciamentos. A guerra atrapalhou seus planos e o complexo de construções na cidade nunca foi terminado. A arena virou um imenso estacionamento e no centro dele apenas uma pessoa fardada: o guardador dos automóveis. Nesse mesmo lugar pegamos o último dia de uma mega-festa popular que durou um mês.

O plano em Erlangem era treinar em Rodgau mas nada funcionou e acabei curtindo os bons amigos do Brasil e descansando um pouco antes de pegar estrada para voltar aos treinos.


sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Berlin


06.09 segunda. Cheguei em Berlin e encontrei minha amiga e mestra Rita Böhm na plataforma. Eu não a via há mais de 10 anos depois que ela mudou-se do Brasil para os EUA e depois para a Alemanha. Impossível pensar em não encontrá-la durante esta viagem. Berlin não é rota do Reno mas eu quis desde o início inclui-la no roteiro. Foram 8 horas de viagens e contei com o apoio da Christina e do Helmann na compra dos bilhetes na estação de Köln. Comprar passagem de trem por aqui é algo preciso e complexo. Ainda preciso de um tempo para me entender. No trem para cá o funcionário que controla os bilhetes dos passageiros se referiu a mim num alemão incompreensivel e não tinha jeito de me fazer entender. Depois de mostrar as passagens, minha e da bike, apresentei também o passaporte e ele resolveu pedir meu bank card. O que? O cartão do banco???? Bank Card! Bank Card!!! Ok. Eu abri minha carteira para mostrar meu cartão do Itaú, o cartão VISA, tava pronto para mostrar o bilhete único, o cartão da sulamerica ... Até que ele viu meio das minhas coisas o que ele queria. O Bahn Card, isto é, um protocolo do meu cartão de usuário de trem na Alemanha... Bahn Card não é Bank Card.

Fiquei no apartamento de Rita que é também o seu ateliê. Mas quando opera no modo ateliê o apartamento nao parece uma residência. Várias mesas, muitos livros, quadros por todas as paredes, papéis, tintas e pincéis para receber diáriamente alunos em turmas pela manhã e de tarde. Tem gente que chega a vir da França ou da Suiça para ter aula com ela. As quatro da tarde sentei para participar da primeira classe de sumi-e com Rita depois de muitos anos. Delícia. Paisagens, barcos, praias .. e fazia tempo que não me sentia tão feliz em rever uma pessoa querida. Já escrevi sobre Rita num post antigo do meu blog pessoal. Se quiser dê uma espiada para saber o que ela representa para mim. http://zerobueno.blogspot.com/2010/04/renina-e-rita.html

Rita Böhm

Tentei contato com o pessoal do Hub Berlin mas não consegui agendar nem um café. Escrevi, deixei o celular que estou usando na Alemanha mas não houve retorno. Até onde sei o Hub em Berlin está parado e estão discutindo sua retomada. Quase rolou um encontro com um cara do Hub Tel Aviv e seria demais, mas não rolou nada. Voltei meu foco para o sumi-e e para o aikido e foi fantástico.

7.09 terça. Rita foi uma super anfitriã. Me acomodou num canto improvisado do apartamento e estava ótimo. Pela manhã fiz nova aula e novas composições de paisagem. De tarde uma pedalada para conhecer a cidade, pelas avenidas e também pelos caminhos preferidos de quem conhece a cidade. Pedalando pelos canais, Berlin que tem alguns milhões de habitantes parece um parque. A lei que proíbe prédios com mais de 6 andares proporciona um paisagem gostosa, humana e não se vê a floresta de prédios a qual estamos acostumados em São Paulo.

Por falar em parque visitamos o Teargarten para uma cerveja e uma pausa no meio da tarde. Enquanto Rita fazia o pedido do lado de dentro eu fiz dois rabiscos na beira do lago. E estava contente com minha nova câmera, comprada minutos antes. Minha velha câmera, possivelmente enciumada com meus rabiscos no moleskine se rebelou e me deixou na mão. Quebrou em Köln e não teve negociação. Tinha a opção de ficar apenas com o bloquinho mas esta viagem não pode deixar de ser fotografada. Comprei também um mini-tripé porque as vezes fotografar a si próprio é meio embaçado...

De noite o primeiro treino. Mapa na mão e segui 7 km até o Dojo de Judith. Uma antiga fábrica com vários galpões, construída no começo do século passado. Hoje um espaço que reúne arquitetos, artistas, terapeutas e me lembrou muito o Sesc Pompéia. No 6º andar da ala 7 achei o Dojo que divide o espaço com outra escola de Aikido do Ki no Michi, uma linha criada pelo mestre Noro. Senti a qualidade do treino logo nos primeiros minutos. E não falo de técnicas, falo de uma atmosfera que também senti em Köln e Bonn. Mas havia na aula de Judith uma alegria e uma fluência que me cativou de imediato. Um tipo de energia que conheço e gosto. Depois fomos comer uma pizza, conversamos e voltei feliz pedalando por Berlin.

8.09 quarta. Nova aula de sumi-e com Rita e sempre endo apresentado como seu aluno brasileiro, mestre em Aikido, cruzando a Alemanha com sua bicicleta e seu bloquinho de desenhos.

Matando a saudade de Daia, Ziza e Toró...

9.09 quinta. Voltei para mais uma aula com Judith no seu Dojo. Às 8h15, nas quintas-feiras, ela oferece um treino especial de voz antes do Aikido. Eu até que quis participar mas a chuva fina e o frio às 7h da manhã me desanimaram. Me encapotei para seguir sob chuva para o treino das 9h00. Rita me emprestou sua calça foi perfeito chegar seco no seu Dojo. Judith me convidou para dividir com ela o treino e foi muito bom. Um treino leve, criativo, alegre e terminamos com aquela sensação de que já éramos amigos mas ainda não havíamos nos conhecido... Capisce? Depois fizemos nosso frühstuck num café português. Café Santos. E o garçon logo me perguntou se queria um galãozinho, ou seja, um pingado. Claro! Um de seus alunos também se juntou nesse café da manhã com sotaque brasileiro. Fantástico!

Com Judith no Café Santos

De noite convidei minha mestra Rita para um jantar especial. Um jeito de agradecê-la pela hospedagem na sua casa, pelas aulas de sumi-e, pela amizade e pela alegria de rever uma grande amiga. Fomos comer num italiano perto da casa dela e já era quase despedida de Berlin. Quero voltar para cá para passar umas duas semanas daqui um tempo. Para pintar, pedalar e voltar a treinar com Judith e seus alunos.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

First days in Germany

30.08 Um rápido desenho antes de sair de Xanten e em pouco mais de 30 km encontrei Kurt em frente ao Grosse Markt, Rathaus com sua barba branca e olhos azuis. Foi ele quem me sugeriu a rota de Amsterdam a Köln, seguindo pelo rio Reno. É membro da rede CouchSurf que reúne viajantes de todo mundo que oferecem e solicitam um lugar para pernoitar uma ou duas noites durante uma viagem . Me contou as histórias da pequena Rheinberg, a pequena cidade onde nasceu a bebida Underberg e onde nasceu Claudia Schiffer. Consegui fazer alguns rabiscos depois de uma deliciosa pausa para uma tradicional torta de maça. Seguimos juntos de bicicleta os 40km até Duisburg.

Duisburg é uma cidade que integra a vida agrícola com uma forte história industrial. Visitamos uma antiga fábrica de aço que hoje é um centro cultural que preserva a biografia da indústria na região.

Em sua casa preparou um tipo de ravióli servido numa sopa e conversamos bastante. Ele mora num flat pequeno para onde mudou depois que se separou e ofereceu o seu quarto para me acomodar. Achei demais mas era isso mesmo. Ele passou as duas noites que fiquei em Duisburg dormindo num colchão no quarto ao lado.escritório. Nada mal entrar na Alemanha recebido por um ciclista de 61 anos que nasceu abraçado com a bicicleta. Tomamos uma cerveja com sabor limão. Acreditem. Esse negócio vai chegar no Brasil qualquer hora. Não é ruim. É diferente. Meu cérebro demorou para entender se era limonada ou cerveja.

31.08 Na noite anterior, depois de visitar brevemente um Dojo de Aikido localizado por Kurt comemos uma pizza na rua e voltamos para casa. Acordei por volta de 10h e ele não levantava. O esperei para fazermos o desjejum mas nada. Fiquei preocupado e pois ele não se movia e não mudava de posição. Às 12h eu cheguei mais perto para ver se ele respirava. Ufa! Sabendo que ele estava vivo eu peguei minhas coisas para passear pela cidade, comer algo e deixei um bilhete comunicando que voltaria às 16h. Ao voltar ele estava todo lépido de novo e disse que foi a pizza que destruiu a noite dele. No final do dia pude agradecer pela generosidade desde as primeiras trocas de email via Couchsurf. O convidei para jantar e ele escolheu um fantástico restaurante thailandes onde comemos divinamente por um preço justíssimo!

01.09 Quarta feira. Dia de pegar a estrada novamente com destino Bonn. Planejei pedalar 100 k até Köln e pernoitar por lá pois o compromisso em Bonn seria apenas no dia seguinte. Kurt me acompanhou até um ponto do Rheno e imprimiu todas as direções para facilitar a chegada em Köln e Bonn. Antes de partir ele puxou um livro da estante. Um livro para crianças com mensagem de gente grande. Wie schon ist Panama. O livro conta a historia da amizade entre um pequeno urso e um pequeno tigre. Juntos eles decidem viajar para o Panamá e descobrem muitas coisas no caminho. Percorri o caminho do Rheno e algumas vezes peguei a rodovia B9. Calma. Pegar rodovia aqui significa ganhar tempo apenas. Há ciclovia em todos os trajetos que se escolhe pedalar por aqui. A escolha é mais natureza , o que significa mais curvas ou mais economia de tempo, o que significa viajar em linhas retas sem paisagens tão exuberantes como ao longo do Reno.

Na chegada em Köln no final do dia, recebi a mensagem de Thomas Christaller que seria bem vindo em seu Dojo até as 21h para pernoitar por lá. Peguei um trem local e me acomodei com minha bicicleta no final de um dos vagões. Foi uma viagem de pouco menos de uma hora. Seguindo as direções impressas por Kurt cheguei ao Lebenskunst um lugar dedicado ao Aikido, Yoga, Feldenkrais, Iaido e meditação Zen. Thomas foi durante muito tempo diretor de pesquisa em centros de inteligência artificial e robótica. Hoje aposentado, esta dedicado integralmente a esse lugar. Sabine é sua parceira nesse projeto e me fizeram sentir-me em casa no Dojo. Alforjes retirados da bicicleta e fomos para um pub tomar uma cerveja e conversar. Em pouco tempo aquela sensação de ter encontrado um irmão antigo. O pub fechou e a fome bateu. Thomas me convidou para conhecer um restaurante espanhol maravilhoso. Lá dividimos uma paella valenciana, vinho e a essa altura já éramos amigos de infância! O melhor de tudo é terminar a noite e voltar tranqüilo de bicicleta, sentindo o clima frio no rosto e o silencio da cidade. Adorei Bonn e tem algo de calmo e saudável por aqui.

02.09 Thomas me apanhou no Dojo para nosso breakfast e conhecer um pouco da cidade. Numa loja de eletrônicos tocada por uma família turca adquiri um celular local e comprei uma conexão para usar o netbook que trouxe comigo. Daqui para frente estou com acesso mais independente e podendo acessar a internet com mais facilidade. Seguimos para um dos seus favoritos cafés em Bonn e não contamos com Sabine que estava gripada. Ela e a filha. Até o momento do treino no fim da tarde pude pedalar pela cidade e sentar um pouco para desenhar. Almocei numa praça central, nova Kölsch e alguns rabiscos em frente a Catedral San Martin . Voltei para o treino das 5h. E das 6h. Treino bom, poucas pessoas, dogi emprestado, aikido sutil, forte e boa atmosfera. Terminamos a noite no Vapiano, uma cozinha italiana com clima alegre, novas conversas e cama. De noite conversei com Daia via skype. Matamos a saudade depois de uma semana fora de casa.

03.09 Dia de voltar para Köln e seguir viagem. Sabine logo teria uma sessão de Feldenkrais e optei por fechar os alforjes e sair cedo do Dojo. Thomas me sugeriu sentar um pouco no Café Gestrado, próximo da estação para um ultimo momento antes de tomar o trem. Tempo para escrever um pouco e tomar um expresso machiatto doppio. Um lugar sofisticado e barato para me despedir de Bonn. Na plataforma, sossegado descubro que aguardava o trem longe do vagão para bicicletas. Esbaforido para não perder o trem, corri com para acessar o primeiro vagão e relaxei. Até o funcionário do trem me pedir o ticket para o embarque da bicicleta. Esta aqui ó. Este aqui é o seu, eu quero o ticket da bicicleta. Tudo isso em alemão e com clara falta de paciência com o passageiro atrapalhado. Eu pedi orientações na compra do ticket e achei que estava tudo ok. Da próxima vez vai ser diferente.

Em 20 minutos estava novamente em Köln. Haveria um evento especial esta noite. Rosmarie Scheibler receberia o seu certificado de instrutora após 7 anos e 3500 horas de treinos. Dirk e Rosmarie estavam no no Aikido Üben Dojo quando cheguei e me deram as primeiras instruções sobre o espaço. Em pouco treino começou o treino com cerca de 40 pessoas. Muitos convidados chegando pois era um dia de celebração. Curiosidade: todos, inclusive Dirk Sensei , de faixas brancas. Gostei do silencio, da simplicidade e do esmero de todos em praticar as orientações do treino. Com todos com quem treinei, especialmente com Christina e Iris, senti uma fortes sintonia. Depois vim a saber que a primeira é co-autora do livro que acaba de lançar e a segunda era sua esposa. O treino terminou com um banquete e instante de emocionada fala de Rosmarie. Não entendi lhufas das palavras, talvez uma aqui outra ali. Mas existe uma linguagem não verbal que fala mais alto. E ouvi a gratidão dela por seus parceiros de treinos nestes 7 anos, seus pais que estavam lá e seu professor, Dirk. Foi lindo. Terminamos a noite num Pub delicioso por perto. Baunstelle. Uma brewerie, ou seja, um lugar que produz a sua própria cerveja e um clima que me lembrou Vila Madalena ou Santa Tereza.

04 e 05.09 Fim de semana em Köln. Dirk e Iris me apanharam no sábado de manhã para nosso breakfast na cidade. Sentamos num café ao ar livre com vista para a famosa Catedral. Deliciosa conversa sobre rios, pontes e torres. Dirk tem um trabalho belíssimo contruido ao longo de uma trajetória de 35 anos dedicada ao Aikido. Fantástico. Subimos os 150 metros da catedral e lá de cima arrisquei um rabisco da vista do Reno e da Igreja San Martin. Almoçamos numa famosa cervejaria e não conto o que pedimos em respeito aos meus amigos vegetarianos. Mas era bão demais!! Nos despedimos no meio da tarde e fiz umas comprinhas: um pequeno estojo de aquarela, um pincel e uma lembrança para os meus pais, água de cologne 4711 e uma cruz em metal com dizeres que pude entender em alemão, ich bin der Weg – eu sou o caminho. Acho que meu pai que é super religioso vai curtir. Numa livraria um presente para o novo amigo, o livro sobre a amizade entre um pequeno tigre e um pequeno urso. Claro!

No domingo, novo encontro. Dessa vez com Christina, a co-autora do livro de Dirk, e seu namorado Helmann que viveu 3 anos no Brasil e descobrimos que fomos vizinhos pois ele morou na Vila Gomes, próximo à USP. Novas conversas, companhia deliciosa, afinidades, risadas e passeio resto da tarde vagueando pela cidade velha de Cologne. E descobri que minha câmera fotográfica, talvez enciumada com meu carinho pelo moleskine, pifou de vez. Duvida: compro outra ou assumo o desenhar como os únicos registros da viagem ... acho que vou comprar uma baratinha por aqui.

Amanhã cedo pego o trem para Berlin onde chegarei às 15h17.


domingo, 5 de setembro de 2010

Willeim & Wessels

27.08 Acordei depois das 9h. Tempo para tomar café tranqüilo, responder alguns emails e não preparar nada especial. O tempo ainda chuvoso e a sugestão de Willeim pareceu razoável. Pegar o trem, passar o dia na cidade e tomar estrada no dia seguinte. Assim fiz. Carreguei minha mochila com meu moleskine, câmera fotográfica, guarda-chuva, canetinhas e uma calça totalmente descosturada na primeira pedalada em Amsterdam. Era a calça “boa” de viagem. Missão: achar um lugar para recuperar o estrago e costurá-la. Assim que achei a loja onde vendiam máquinas de costura senti que estava quente. Perguntei onde poderia costurar minha calça. O lugar ficava a poucos metros dessa loja e o dono era do Suriname, antiga colônia holandesa. Ao saber que eu era brasileiro ele me mostrou uma foto dele com Rivaldo. Corinthians? Camaradamente, antecipou a entrega do serviço para algumas horas depois. E me indicou onde comer bem e barato na cidade. Onde? Num chinês, claro. Depois vim a saber que era o melhor chinês de Utrecht. Se alguém um dia vier para Utrecht ou quiser sugerir esse lugar anote: Paradise.

Caminhei bastante pela cidade depois de almoçar, escolhi um café para sentar e desenhar um pouco. Mal me sentei um alegre casal se aproximou para compartilhar uma mesa num terraço.Hello hello. I’m Jose. I’m Ben. I’m Dineke. We live in Westervort, close to Arhnem. Eles contaram que vinham de um casamento em Utrecht e contei que estava tentando começar minha jornada com destino à Munique. Como chovia muito, o meu primeiro trecho foi de trem. Falei do encontro mágico com Willeim e eles falaram um pouco deles. Um casal da minha idade ou perto, alegre e comunicativo e conversamos uns 40 minutos de tudo um pouco. Assim que eles se foram eu comecei a desenhar o que via. Um canal, bicicletas estacionadas, gente pedalando pela rua, flores nos postes, prédios antigos...

Vista da cafeteria onde encontrei o casal Wessels.

Antes de voltar para casa um surpresa na caixa de correio. Um convite de Ben para participar de um jantar que prepararia no dia seguinte para alguns familiares. Me aguardariam às 18h.. A surpresa ainda maior. Que seria bem vindo para dormir no quarto do filho deles (o que estuda na Bélgica) e seguir viagem no dia seguinte, depois de um bom café da manhã. Dormi feliz com esse email no fim do dia.

Voltei para “casa” por volta de 22h a tempo de encontrar Willeim acordado. Abrimos os mapas para ver o roteiro da viagem até Arhnem. Vimos a previsão do tempo, tomamos um bom scotch e ofereci um dos charutos cubanos que trouxe para curtir em momentos especiais. Celebrei silenciosamente meus momentos em Utrecht e o encontro com holandeses absolutamente generosos.

Willeim no ponto onde ele me deixou para seguir viagem. Anjo do asfalto.

28.08 Era Sábado e Willeim acordou cedo sem precisar. Depois de preparar nosso breve desjejum contei com a companhia dele até a saída de Utrecht para Arhnem. Nos despedimos e coloquei, finalmente, minha bike na estrada. Foram cerca de 85k até chegar a casa de Ben e Dineke. No caminho teve um pouco de tudo. Chuva, vento contra, muita vaquinha, passeata de caminhões celebrando alguma coisa nacional como The Truck Day, muitas paradas para abrir mapas e checar caminhos e também tempo para filmar um pouco da paisagem que me acompanhou praticamente por todo o dia.

Cheguei para uma bela festa familiar, comida preparada por Ben e lembrei do almoço tradicional na casa dos meus pais sempre aos sábados. Mas esse que encontrei era algo raro. Feito uma ou duas vezes por ano. Um almoço de confraternização fora de hora e a razão oculta era a lembrança de mãe de Ben que faleceu há dois anos. Foi um tipo de homenagem e pretexto para reunir familiares. E eu lá. Um brasileiro recém encontrado em Utrecht e cansado da primeira etapa de pedal. Que alegria e que privilégio encontrar a família Wessels. Depois jogamos ping-pong. A noite havia a possibilidade de assistir a um show de estatuas vivas na cidade. Mas optamos por bater papo na lareira tomando um vinho. Algo melhor?

Eu, Dineke e Ben.

29.08 Logo cedo Ben checou a previsão do tempo e o céu aberto estava previsto para depois das 11h. Tomamos café e ofereceram uma carona até Emmerich a primeira cidade alemã no caminho de Xanten. Deneke alertou que era prudente levar algum lanche na mochila pois no domingo não encontraria lugares abertos no caminho. E me preparou sanduiches par viagem. Já no carro, a caminho da Alemanha, foi curioso perceber a mudança na arquitetura nas casas logo nas primeiras construções em solo alemão. Casas sólidas, maciças. Em Emmerich rabisquei a ponte que me levaria para a estrada. Enquanto tomávamos café e uma torda de maçã, o tempo mudou e chegou uma nova chuva. Dessa vez fina e com muito vento. As chuvas por aqui tem sido breves e freqüentes durante o dia. Talvez chova 10 vezes por dia, mas duram 15 minutos. Senti isso novamente logo que tomei a estrada para Xanten depois de me despedir de Ben e Dineke. E viajei lembrando das palavras que eles me disseram ao me desejar boa viagem: as pessoas que você tem encontrado são espelhos de quem você é...

Checando a meteorologia para o dia.

o lindo jardim da casa dos Wessels

Aproveito aqui para lembrar um conto que ouvi do prof. Basílio da Palas Athena.

Um viajante chega a um vilarejo e conversa com alguém local:

- Como são as pessoas daqui?

- Antes de responder gostaria de saber uma coisa. Como são as pessoas da cidade de onde você vêm?

- Ah, de onde eu venho as pessoas egoístas, intolerantes e rudes.

E o homem da cidade responde:

- Aqui você encontrará o mesmo tipo de pessoas.

Passados alguns dias, um outro viajante chega ao mesmo vilarejo e também curioso pergunta:

- Como são as pessoas daqui?

E ele responde igualmente ao viajante.

- Antes eu gostaria de saber uma coisa. Como são as pessoas da cidade de onde você vêm?

- Ah, de onde eu venho as pessoas são amáveis, gentis e solidárias.

E o homem da cidade responde:

- Aqui você encontrará o mesmo tipo de pessoas.

Em duas horas cheguei a Xanten. Era domingo e havia uma feira de artesanato, comida e música na cidade. Depois de me acomodar no Gästehouse, um tipo de hotelzinho popular volteir à feira para comer algo por lá. Escolhi a barraca do Lyons Club onde três diretores de alguma empresa da região faziam a comida. Lecker! Era o dia e lugar perfeito para parar em alguma mesinha e desenhar algo. De noite vagueei pela cidade para achar algum lugar acessar a internet. Nada. Foi no saguão de um hotel onde me permitiram acessar um computador para checar emails. E lá estava a mensagem de Kurial, um ciclista que conheci via Couch Surf e na sua mensagem ele confirmava: - Aguardo por você às 11h30, em frente a Rathaus, em Rheinberg.