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sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Faltam dois dias...


Tudo começou em uma tarde de agosto de 2009. Engarrafado num desses congestionamentos monstros em São Paulo eu percebi o óbvio. Eu não era mais uma vítima presa em mais um engarrafamento absurdo. Era mais um cúmplice! Não deixo de achar que é ridículo o investimento em transporte público de qualidade e que a economia é refém da industria automotiva. Mas esse momento onde me senti parte do problema foi suficientemente desconfortável para dar vontade de fazer a minha parte. Resolvi largar o meu carro na garagem por um mês e viver a mobilidade por São Paulo usando todos os modais disponíveis: ônibus, taxi, caminhada, carona, trem, metrô... e bicicleta. Essa experiência esta contada em alguns textos que agora completam um ano:

http://zerobueno.blogspot.com/2009/08/setembro-sem-carro.html
http://zerobueno.blogspot.com/2009/09/setembro-sem-carro-dia-22.html

Nesse percurso, me tornei personagem de uma breve reportagem para o Dia Mundial sem Carro quando fui acompanhado na por uma equipe da Band na minha nova rotina sem carro.


Naquela época não teria idéia do quanto essa decisão de rever o uso do carro impactaria a minha visão sobre mobilidade na cidade. Também não poderia imaginar que estaria embarcando um ano depois para uma ciclo-viagem de Amsterdam à Munique. Hoje me sinto mais cidadão que há um ano. Me sinto também mais pedestre, mais ciclista, mais saudável e mais vivo. Minimizar o uso do carro foi acima de tudo um gesto de desapego. Desapego de idéias e de conforto. Abdicar do uso do carro em São Paulo é abandonar algo que nos foi ensinado a dar enorme valor. É morrer um pouco, arriscar o novo e seguir em frente. Incrivelmente mais livre. No blog do Instituto Ethos escrevi um pouco sobre a conexão que vejo entre sustentabilidade e desapego.


Daqui a dois dias começarei a jornada internacional do projeto Aiki Biking for Peace. Essa idéia nasceu no desejo de comemorar 50 anos de um jeito especial. Um tempo de pausa que incluisse coisas que amo fazer: conhecer pessoas, praticar aikido, pedalar e desenhar pelos lugares por onde viajo. Aqui nesse blog e também pelo facebook vou escrever um pouco sobre essa experiência de pedalar em países com cultura de ciclismo e ciclo-turismo. E, claro, trazer inspiração para continuar investindo em cultura de harmonia no Brasil por meio do aikido, da bicicleta e do desenho.

Importante! A vaquinha online seguirá aberta para quem quiser - e puder - contribuir com qualquer quantia a qualquer momento para ajudar nas minhas despesas de alimentação e hospedagem durante a viagem. http://vakinha.uol.com.br/Vaquinha.aspx?e=19982

Até breve!

2 comentários:

  1. Aê Zé, fico aqui lembrando quando te conhecemos, naquele almoço no Vie Vert, e você estava exatamente nesse período teste de viver sem o carro. Nós te contávamos sobre a nossa viagem de Berlin a Copenhagen e você ouvia vidrado. Depois você nos contou suas vontades de viejar pela europa, talvez de bicicleta, mas que a Alemanha estava fora de seus planos, já que você não via nada muito interessante para se conhecer por lá. Lembra disso?! hehe

    E agora, olha você aí de malas prontas para embarcar para a Holanda e depois seguir para a Deutschland. Você vai amar. Temos certeza!

    Viel Glück, mein Freund!

    Estamos na torcida.

    Beijos da Evelyn e do JP

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  2. Madrinhaaaaaaaaaaa!!!!

    Você e JP foram as figuras mais inspiradoras nesse processo todo de abraçar a bicicleta e incluí-la na minha vida. Impossível esquecer aquele almoço onde meus olhos vidraram ouvindo as histórias e depois vendo as imagens da ciclo viagem Berlim/Copenhagen.

    Espero em breve contar por aqui as minhas experiências sobre essa mistura de aikido e bicicleta entre Amsterdam e Munique.

    Beijão para o casal Araripe Amaral :)))

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